quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desculpa

Depois que inventaram a palavra desculpa ficou fácil magoar os outros. É simples! Fórmula mágica. A gente magoa, fere, ofende e depois diz “desculpa”, e passa a agir como se nada tivesse acontecido.

É tolo quem acredita que um pedido de desculpas zera tudo. Quase tão tolo quanto quem acredita em Papai Noel! Outro dia vi uma frase no MSN de uma amiga que dizia: “Eu não sou o tipo que guarda mágoas, mas também não sofro de amnésia”! Achei fantástica! Ninguém sofre de amnésia quando se trata das próprias marcas.

Nós somos feitos de memórias, de lembranças boas e ruins. Alguns conseguem, sabiamente, perdoar os erros e seguir em frente, mas esquecê-los, tenho certeza que não! O fato é que ninguém precisa ficar remoendo, até porque a amargura é o prato de quem se propõe a conservar suas dores.

Desculpa, não é uma borracha escolar e atitudes, não são frases escritas a lápis sobre a qual basta passar a borracha, apagar e está tudo resolvido. Aliás, nem assim, pois mesmo quando apagamos uma frase no caderno da escola, a marca fica lá. Uma lembrança da bobagem que escrevemos. Conosco também é assim.

Quando se pede desculpas, a postura a ser assumida não é a da redenção, mas do arrependimento. E a lição que acompanha o pedido, é a de que devemos sempre evitar a mágoa alheia. O que é tratado não é caro, já me dizia um amigo de longa data. Ninguém erra com a intenção de errar (pelo menos eu quero acreditar nisso), entretanto, às vezes, um ato impensado coloca em xeque relações, até então, honestas e profundas (sejam elas familiares, de amizade, de amor ou profissionais).

Por fim, prefiro cultivar o hábito de plantar flores no jardim e a consciência tranquila, do que  colecionar pedidos de desculpas.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

A última Bolacha do Pacote

Admiro o perfil de pessoas pró-ativas que se esforçam pra alcançar suas metas e objetivos. Confesso inclusive que sou um pouco relapsa às vezes, entregando de mão beijada um trabalho pronto, pelo medo de subjugar ou magoar os que me rodeiam. Mal (ou bem) dos librianos que sempre pensam no coletivo.

Mas observando certos “casos” do último final de semana, percebi que a alguns falta uma certa dose de “Chá de SEMANCOL”, afinal, existe muita diferença entre ser pró-ativo e se achar a última bolacha do pacote. Aliás, eu sempre achei que a última bolacha do pacote é a que sobra, pois já comemos o pacote todo e estamos de barriga cheia. Na melhor das hipóteses, a última bolacha, será engolida com esforço. Por fim, provei minha teoria!

Um dos casos de minha análise, chegou achando-se o dono do campinho, querendo ser “exclusivo”, a nova espécie recém descoberta, a última bolacha, aquele que sabe tudo de tudo (e ninguém, nunca, sabe tudo). A fórmula já estava pronta, os criadores estavam todos lá, mas a criatura achou-se maior e mais importante que o todo. Finalmente acabou isolado, se afastou do convívio. Quem não compõe o todo deixa de ser parte.

Entra aqui a máxima do pouco de muito ou muito de nada, o que vale mais? Fiquei me perguntando até onde a vai vaidade, porque, em excesso, acaba afastando qualquer um que queira se aproximar. Exagero é sempre considerado excesso, e tudo que é excesso, SOBRA ! (lembrem-se da última bolacha, que pra não colocar fora empurramos goela abaixo). Fica a dica!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

GOL!!!

Outro dia, li um texto interessantíssimo da Martha Medeiros (quando eu crescer, quero ser como ela!) que falava sobre a dificuldade que a maioria das pessoas tem em focar seu objetivo e andar em direção a ele, sem rodeios ou desperdício de tempo e  energia. E que isso não acontece apenas no trabalho, mas também na vida pessoal e inclusive nos relacionamentos. O título? “Onde fica o Gol?”

Percebi que, assim como as personagens do texto sofriam com a falta de iniciativa e foco de pares e colegas, eu também sofro. Isso porque, quando decido alguma coisa, eu quero realizar, custe o custar, e quero logo, de forma reta. Quero correr em direção a goleira e marcar, sem muita fita, sem muito enfeite. Eu quero fazer o gol!

Tenho trabalhado em mim, a paciência para esperar o tempo certo (em geral, dos outros), mas a muito custo, consigo calar quando vejo as pessoas ao meu redor assumindo o papel de “cachorro que corre atrás do rabo”, repetindo processos que, conhecidamente, já sabemos que não chegarão a lugar nenhum.

Chego às vezes, a me irritar com a paciência de certas pessoas (e olha que a minha mãe diz que sou lenta!), com a capacidade de deixar pra amanhã as decisões que poderiam mudar a própria realidade.

O tempo é curto para viver a angustia do incerto. O lance é decidir, seguir pro gol, e... marcar! Pode-se errar o chute? Claro que sim, até jogadores experientes perdem gol feito em final de campeonato, mas, sem tentar, não dá pra saber.

(Nota: Não dá pra viver de hipótese, ou dá?)


Abaixo, o texto da Martha Medeiros. Boa leitura!

Onde fica o gol?
Martha Medeiros 

Em função da mobilização com a Copa do Mundo, andei me lembrando de uma conversa que tive com um amigo, anos atrás. Ele liderava uma equipe numa agência de publicidade e trabalhava em ritmo alucinado. No decorrer do papo, ele desabafou dizendo que era difícil conviver com colegas que não sabiam para que lado ir, o que fazer, como agir, e que por causa dessas incertezas perdiam tempo e faziam os outros perderem também. E exemplificou: “Sabe por que eu sempre gostei do Pelé? Porque o Pelé pegava a bola em qualquer lugar do gramado e ia com ela reto para o gol. Ele sabia exatamente para onde tinha que chutar”.
– Isso que você nem é muito fã do esporte – comentei.
– Pois é, não jogo futebol, mas tenho alma de artilheiro: entro em campo e já saio perguntando onde é que é o gol. É pra lá? Então é pra lá que eu vou, sem desperdiçar meu tempo, sem ficar enfeitando.
Taí o que a gente precisa se perguntar todo dia quando acorda: onde é que é o gol?
Muitas pessoas vivem suas vidas como se dopadas, chutando para todos os lados, sem nenhuma estratégia, contando apenas com a sorte. Elas acreditam que, uma hora dessas, de repente, quem sabe, a bola entrará. E, até que isso aconteça, esbanjam energia à toa.
“Goal”, em inglês, significa objetivo. Você deve ter um. Conquistar um cliente, ser o padeiro mais conceituado do bairro, melhorar a aparência, sair de uma depressão, ganhar mais dinheiro, se aproximar dos seus pais. Pode até ser algo mais simples: comprar as entradas para um show, visitar um amigo doente, trocar o óleo do carro, levar flores para sua mulher. Ou você faz sua parte para colocar a bola dentro da rede, ou seguirá chutando para as laterais, catimbando, sem atingir nenhum resultado.
Quase invejo quem tem tempo a perder: sinal de que é alguém irritantemente jovem, que ainda não se deu conta da ligeireza da vida. Já os veteranos não podem se dar ao luxo de acordar tarde, e, no caso, “acordar tarde” não significa dormir até o meio-dia: significa dormir no ponto, comer mosca. Não dá. Depois de uma certa idade, é preciso ser mais atento e proativo.
Parece um jogo estafante, nervoso, mas não precisa ser. O gol que você quer marcar talvez seja justamente aprender a ter um dia a dia mais calmo, mais focado em seus reais prazeres e afetos, sem estresse. É uma meta tão valiosa quanto qualquer outra. Só que não pode ser um “quem sabe”, tem que ser um gol feito.

Essa é a diferença entre aqueles que realizam as coisas e os que ficam só empatando.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

GPS

Tem cada vez mais gente ligando o GPS e colocando a vida no piloto automático. Cuidado! Um dia desses, o GPS erra a rota e te atira dentro do rio. Literalmente!

No último fim de semana, fomos (equipe de trabalho!) a Canoinhas em Santa Catarina, realizar um evento. Pela primeira vez em anos, dispomos desse maravilhoso aparelho conhecido como GPS e, entre um dobre a direita a 300 metros e um dirija 240 kms pela rodovia, vínhamos seguros de que, afinal, estávamos no caminho certo.

O que não contávamos, é que às vezes, o sinal do satélite também erra a rota e proporciona opções, eu diria, não tão seguras. Dito e feito! Passando por dentro de União da Vitória, nosso (maravilhoso?) GPS, nos apresentou uma rota alternativa, que acabava dentro do rio Iguaçu.

Quando a mulher que habita o GPS disse prepare-se para dobrar a direita a 100 metros, eu gritei: Pára! Estávamos na barranca, dava até pra molhar os pés!

Mal comparando, tem muita gente que anda ouvindo cegamente as instruções do GPS e deixa a decisão do caminho a ser seguido, por conta do destino. Sim, eu acredito em destino e, que de uma forma ou de outra, encontraremos o que nos está reservado quando for o momento certo.

Entretanto, não podemos deixar as decisões por conta do acaso. A vida, às vezes, nos oferece paisagens maravilhosas, que deixamos de ver por estar prestando atenção exclusivamente ao trajeto do GPS (não dá pra deixar de olhar pela janela, pra ficar olhando o trajeto desenhado na telinha).

Assim é com a vida, não dá perder a oportunidade de ser feliz, porque estamos no piloto automático. Cada um tem que ser agente da própria sorte e, gritar “Pára!!” quando for preciso!


Quem sou eu

Minha foto
Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.