sábado, 2 de novembro de 2013

Perda ou abandono?

           Não sou uma pessoa muito supersticiosa, mas tenho alguns rituais e um deles, é fazer o mapa astral. Esse ano fiz, um dia depois do meu aniversário. Como de costume, matei a saudade do meu guru, o João, e ouvi dele algumas coisas que eu já sentia e outras que eu precisava escutar.
           Analisando meu mapa (e minha vida), percebi que as coisas tinham mudado muito em pouco tempo. Velhos hábitos que se foram, novas amizades que surgiram, uma cidade nova, uma casa nova, um amor pra toda a vida, enfim, muitas mudanças, físicas e espirituais.
           Mas o grande baque, a "caída da ficha", foi quando ele me perguntou: _ Quando tu foi embora, tu sentiu que perdeu ou que te livrou de algo? E eu respondi, senti que eu me livrei, que eu não pertencia mais aquele lugar.
            Interessante como, às vezes, olhamos para trás e percebemos que perdemos um tempo inestimável com circunstâncias ou pessoas que não valiam a energia que despendemos. É como olhar de uma vida para outra vida... Entretanto, a mudança também depende do abandono de velhos hábitos!
           Não nego que passei um tempo no limbo, sem me sentir em casa nem cá, nem lá, mas como dizem que tudo que é nosso encontra um caminho pra chegar até nós, o que foi destinado pra mim, me encontrou, e com o bônus de ter sido no momento certo. 
           É certo que tenho raízes e um lugar pro qual voltar, que tenho amigos inestimáveis que ainda estão lá, e dos quais eu sinto saudades, mas percebi que meu cordão umbilical foi cortado, posso voltar sem dores, sem dramas... gozar apenas das alegrias.

           Lidar com a ansiedade de querer as coisas no "nosso tempo" e não no tempo certo é que faz com que criemos expectativas que se tornam decepção. É preciso esperar. Nada é por acaso, nem o amor e nem a dor.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ninguém é livre!

Por mais feliz que se seja ninguém está livre de dias cinzentos...

Aqueles dias que dá vontade de chorar sem motivo, de pedir colo, de se deprimir mesmo contra vontade. Ninguém é livre de ouvir uma música que faz lembrar, de uma tristeza surpresa que invade o coração. Ninguém é livre de sentir saudades, mesmo das coisas bobas.

Ninguém está livre da vontade de ser diferente, de colocar objetivos muito distantes e de se questionar sobre si mesmo, seja sobre a capacidade intelectual ou física. Ninguém é livre de duvidar de si mesmo... será que sou capaz?

Ninguém é livre de acordar, mesmo sem hora definida no despertador. Ninguém é livre de comer, de dormir, de respirar... Ninguém é livre de odiar mesmo as coisas que ama, porque o bom e mal habitam dentro de cada um de nós. E isso me leva a crer que, afinal, ninguém é livre...


Enfim, nem os libertos são livres... porque ninguém é livre de si mesmo, ninguém é livre de convenções, ninguém é livre das histórias que leu e viveu... Liberdade de verdade, vai bem além do direito de ir e vir... liberdade de verdade, impõe escolhas que tem um preço alto demais para a maioria dos normais.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A tese do relacionamento

Eu tenho uma tese. Depois de ouvir diversas amigas e amigos, após o fim de uma relação, eu percebi que relacionamento é isso: duas pessoas, que vivem histórias diferentes numa mesma história.

Isso mesmo! Parece loucura, mas basta conversar com um ex-casal pra perceber isso. Ela reclama da falta de romantismo, ele, do fato dela ter ficado ausente. Ela diz que o sexo era bom, mas faltava carinho, ele queria mais sexo. Ela se queixa que ele sai com os amigos e que ela está sempre sozinha, ele, que ela não deixa ele ir a lugar nenhum sem estar com ela. Pelas queixas, um vivia na terra e outro, sei lá, em outro planeta?! Ou namoravam outras pessoas, porque certamente, não estão falando da mesma relação, certo?

Então, apesar de estarem juntos, a história não é mesma. Impossível? Não!

A questão está na falta de diálogo, no fato de que as pessoas não conversam, não expõem seus sentimentos e, cedo ou tarde, a relação idealizada se esvai e acaba. Sim, porque quando duas pessoas dividem uma relação, mas não a mesma história, significa que elas idealizaram, o amor, o parceiro ou até o próprio relacionamento.

Hoje li um tópico que me levou a escrever sobre esse assunto. Contos de fadas existem, pergunta o Carpinejar?  Sim! Existem sim... no mundo da imaginação!


Entretanto, tenho convicção de que o "felizes para sempre" dos contos de fadas como a Cinderela, Branca de Neve e Rapunzel, durou só até a rotina bater na porta... mas isso é tema pra outra estória!
Felizes para sempre?! Será?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Jogo do Contente

Quando adolescente li um livro que me marcou muito. Chamava-se "Pollyana". Como enredo a história de uma menina órfã que vivia com uma tia amargurada que, por vezes, a destratava. Mas apesar de todos os desgostos, Pollyana jogava um jogo que havia aprendido com seu pai, e que ela chamava "jogo do contente". Por pior que se apresentasse a situação, ela ainda encontrava um lado bom. Mesmo quando pediu uma boneca de natal e ganhou um par de muletas, ficou feliz por não precisar delas... mesmo com a morte de seus pais e a orfandade, ainda agradecia por ter uma tia (que não era a melhor tia, mas era sua parente e por isso ela não precisou ficar no orfanato).

Pollyana ensinou seu jogo à todos os moradores do vilarejo que habitava e tornou-se referencial de bondade e alegria à quem a conhecia. Por que relembro esse livro agora, depois de tantos anos? Bem, porque preciso aprender (de verdade) a jogar esse jogo.

Ele complementa uma frase do Chico Xavier que gosto muito e que diz: "Chora-se muito pelo pouco que nos falta e ri-se pouco pelo muito que temos. De fato, preciso aplicar o Jogo do contente. Preciso não só perceber, mas acreditar que tenho recebido bem mais do que mereço.

Me encontro diante de uma situação que muitas vezes me impede de ver além. Estou tão obcecada pelo problema que nem consigo ver a luz no fim do túnel (apesar de saber que ela está lá e que muitas pessoas tem contribuído para mantê-la acesa). Mesmo sabendo que tudo na vida requer tempo, minha paciência anda curta como manga de colete (lembrando que colete não tem mangas!!)... ou seja, tá se acabando.

Então, creio que preciso incorporar a Pollyana e passar a agradecer ainda mais as bênçãos, ignorando de verdade os percalços e as dificuldades. Se eu me pergunto o por quê? Ou o que foi que eu fiz pra passar por determinadas situações? Sim! Eu me pergunto constantemente, mas como Pollyana, agradeço por passar por tudo, afinal, isso significa que ainda estou viva... e só isso já é um grande motivo pra ficar contente. To aprendendo a sorrir pelo muito que tenho!


P.S. Tem um bocado de gente que devia ler "Pollyana"

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

E o tema é...


Blaft!! Ontem prestei vestibular e um dos temas propostos para a redação foi SOLIDÃO. Poderia ter sido saudade, tão mais fácil de explicar, afinal, saudade é um sentimento que conheço bem... já de solidão conheço pouco, pois sempre trabalhei em grupo, já que sou uma libriana que preza pela harmonia.

Enfim, o tema foi a dita solidão. Sombria e traiçoeira. Tão estranha que na hora, não me ocorreu nenhuma ideia coerente sobre o tema. Fiquei ali, diante da folha em branco, tentando explicar o inexplicável. Lá pelas tantas entreguei a folha com vinte e poucas linhas que falavam vagamente do tema.

Mas foi só deitar a cabeça no travesseiro e milhares de composições sobre a solidão começaram a fervilhar na minha cabeça. Tanto que são 2:59 quando estou escrevendo esse texto.

Entendi, compilando os pensamentos, que a solidão é uma semente que plantamos ao longo da vida. Sim, parece ilógico, mas é um fato. Lembrei de um caso específico, em que o egoísmo plantado germinou e tornou-se solidão.

Fiquei triste em perceber, que em geral, a solidão é uma escolha inconsciente. Por acreditarmos que nunca estaremos sós, afastamos sem querer, aqueles que nos são mais caros. E no fim, nada resta a não ser nossa própria companhia, por vezes amarga e infeliz.

Percebi ainda, que estar só é diferente de ser só. Estamos sós, quando optamos por um momento de isolamento necessário, entretanto, ficamos sós, quando ninguém mais quer se aproximar de nós. Ficamos solitários, quando deixamos de ser uma boa companhia... até pra nós mesmos.

Quem sou eu

Minha foto
Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.