Eu parto do principio de que é hora das mulheres se libertarem das convenções. Houve o tempo em que rasgaram e incendiaram seus sutiãs, lutando por igualdade social. Mas que igualdade? Igualdade em quê, afinal?
Ganhamos o direito ao voto e ao trabalho, entretanto, fomos sobrecarregadas com o preço da dupla jornada e dos deveres sociais que continuam nos sendo impostos. Ganhamos menos que os homens, apesar de trabalhar tanto ou mais que eles. Mesmo assim, seguimos galgando espaços. Espaço na mídia, na política, nas empresas. Entretanto, perdemos espaço em nós mesmas.
A nossa liberdade não passa do portão. Hoje ainda, muitas mulheres, desconhecem a liberdade. E nem me refiro aos casos que tem surgido na imprensa falando do cárcere privado de algumas delas. Falo da liberdade do desejo, da liberdade de fantasiar seus sonhos e realizá-los pura e simplesmente por prazer.
Vejo psicólogos e sexólogos falando de mulheres que desconhecem um orgasmo e percebo o quanto as mulheres ainda seguem acorrentadas as teorias obsoletas de que o poder e o prazer pertencem exclusivamente ao universo masculino.
Ainda nos repreendemos por nossos desejos, pela vontade descobrir o ponto G e de provar do doce sabor do prazer sem barreiras. Ainda nos punimos pela atração e pela vontade de realizar nossas fantasias, com medo do que nosso parceiro pensará de nós.
Temos medo de expor o corpo por causa da celulite, da flacidez, da gordurinha localizada, do que os outros vão dizer. Temos medo de falar dos sentimentos pra não assustar o parceiro e assim, vamos nos anulando diante de nós mesmas e de nossas vontades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário