segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Viver, é um perigo!

Depois de algum tempo afastada, volto a postar. Dessa vez, infelizmente, para uma última homenagem a quem, fisicamente, não se faz mais presente.
Ontem, (domingo, 05/08/2012) fomos surpreendidos por uma triste e dolorosa notícia, o falecimento de um jovem amigo de 16 anos. Felipe, era dançarino da Invernada Juvenil (grupo de danças tradicionais) do CTG Caudilho Guaibense de Guaíba e ocupava o cargo de 2º Guri da 1ª Região Tradicionalista. Muito jovem e cheio de vida, era alegre, disposto e bem humorado. Em constantes brincadeiras, fazia todos a sua volta se alegrarem. Além de dançarino, era um "baita" cantor, declamador e apaixonado pela cultura gaúcha. Depois de, segundo comentaram, tocar e cantar num concurso na tarde de sábado, dançou a noite toda num fandango no CTG, chegou em casa quase de manhãzinha, tocou violão e conversou com o irmão. Mais tarde saiu para dançar com seu grupo num rodeio da região, uma das atividades que amava. Dançou, dançou muito. Saiu do tablado e, sorridente, foi tirar a foto oficial da invernada no evento. Mas mal o click registrou o seu último sorriso e, ele caiu, vítima de uma parada cardíaca fulminante. Apesar de todos os esforços da equipe de apoio e dos amigos, ele não resistiu. Faleceu fazendo o que mais amava, honrando a cultura gaúcha, dançando e cantando junto dos amigos mais próximos e que o conheciam desde a infância, afinal, muitos ali, haviam crescido com ele. A noite, a comoção durante o velório do seu corpo era clara. Centenas de amigos se fizeram presentes para uma última homenagem e, ali, naquele galpão, pela primeira vez, no lugar do sorriso do FELIPE, ficaram as lágrimas e a saudade de seus familiares e amigos. Depois de vivenciar esses momentos, fiquei pensando no quanto é perigoso viver. Sim, realmente muito perigoso! As vezes deixamos de fazer isso ou aquilo pelo perigo que representa. Não viajamos nas férias porque as estradas são um perigo. Não vamos ao parque de diversão porque os brinquedos são perigosos. Não pulamos do trampolim porque desconhecemos a profundidade da piscina, mas, quem conhece o destino? O Felipe, apesar de jovem, viveu com alegria e , fez de sua passagem pela terra, motivo de felicidade pra quem o cercava. Semeou bons sentimentos, foi amigo dos amigos e fez dessa experiência terrena um grande aprendizado. E, depois de tudo, ainda deixou uma grande lição: Se perigoso é viver, então que pelo menos seja divertido! Fica em paz Felipe e, que Deus te receba para a alegria dos gaúchos que habitam o céu do Rio Grande. Sabemos que de lá, continuarás honrando a nossa tradição!

Um comentário:

  1. Singela homenagem de um tradicionalista:

    "CANTO PRA UM PIÁ QUE PARTIU CEDO

    Nascido diferenciado
    Desde guri muito amado
    Crescido na tradição
    De lencito no pescoço
    Aos pouquitos ficou moço
    Nos palcos deste rincão

    Com sua voz aveludada
    E seu jeito sem igual
    Encantava a todo mundo
    Pois trazia lá no fundo
    Sentimento fraternal

    Cultivou muita amizade
    Pois quando se tem verdade
    Na atitude e no portar
    Dentre os amigos brincando
    Repartia alegria
    Com seu riso singular

    Dançaste em tanto rodeio
    Defendendo o Caudilho
    Mas um dia em Alvorada
    Num último sapateio
    O tempo lhe puxou o freio
    E encurtou a sua estrada

    Após último retrato
    Com os irmãos do CTG
    Fechou os olhos de fato
    Como é difícil de crer
    Porque até pra esta hora
    Precoce tinha de ser?

    Mas deixou como legado
    O seu jeito cativante
    Será pra sempre lembrado
    Em seu sincero semblante
    Receba o nosso obrigado
    Por teres nos ensinado
    Que a vida é um palco sagrado
    Pra viver-se plenamente."

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Quem sou eu

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Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.