domingo, 16 de outubro de 2011

3.3

Recentemente completei 33 anos. Revisando a memória, parece que foi ontem que estava fazendo meus sonhados 18 anos, mas que nada, o tempo voa, e já bati a marca dos 33. Mas, ao contrário do que pensam a maioria das pessoas, envelhecer tem certos benefícios.

Pra dizer bem a verdade, eu não tenho muita saudade dos 18 anos. E nem tenho tanto medo assim de envelhecer, afinal faz parte do processo natural. Honestamente, creio que estou muito melhor hoje do que era, quando mais jovem.

Hoje, por exemplo, como sem culpa o que meu paladar pede. E sem excessos porque tenho consciência das minhas necessidades orgânicas. Diferencio fome e gula e quando uma ou outra me vence, na perco mais do que 5 minutos com peso na consciência, afinal não adianta mesmo!

Também me acho mais atraente hoje. Segura do que me agrada e do que em mim, agrada os outros. Isso porque aprendi (por experiência) que beleza se esvai com o tempo, e que o caráter, esse sim, se aprimora, pois a forma como nos vemos pode determinar como os demais passam a nos enxergar. Percebi que minha postura, meu olhar ou meu tom de voz, podem ser tão atraentes quanto meu peito ou minha bunda, quando se trata de uma relação importante.  Descobri que amor não está diretamente relacionado à estética e, que a atração, normalmente acaba depois do sexo.

Já a sensualidade, essa sim tem relação com a idade. Uma mulher madura, segura dos seus desejos e plenamente consciente de suas qualidades torna-se um constante desafio ao universo masculino e um disputado objeto de conquista. Aí sim, encontra-se uma dos segredos de sedução das mulheres maduras. Balzac diria que, livre das amarras, a mulher com mais de 30 anos torna-se um paraíso a ser desvendado.

É claro que, (como toda mulher) peço ao tempo que seja generoso. Que as rugas venham lentas, que o corpo suporte os efeitos da Lei da Gravidade e que os fios brancos demorem a se instalar, mas isso, já não é o primeiro pedido da minha lista de presentes.
O meu primeiro pedido agora, é que o tempo mantenha perto os que eu amo e, que os sorrisos sejam mais constantes do que as lágrimas. Que eu tenha tempo de não ter tempo, que eu faça tudo o que ainda não fiz sem me preocupar com o amarelo da minha identidade e que eu ainda faça muitos aniversários.

Percebi que mais importante que ser bela, é ser honesta e me libertar de conceitos e paradigmas que atrasam (ou atrapalham) a minha felicidade. Descobri que o amor é cego (graças a Deus!) e que é a sua cegueira que garante uma nova e constante descoberta! Quem ama, não ama a idade, os cabelos ou os olhos... quem ama, ama o todo, e é na soma, no total, que reside o grande segredo.

Ao envelhecer, eu não ganhei apenas anos na minha certidão de nascimento. Ganhei currículo e mais uma infinidade de bens. Ganhei sentimento e maturidade. E hoje invisto no que realmente importa. Invisto em conteúdo, porque embalagem, quando recebe um presente, a gente rasga e joga no lixo. Isso porque, em geral, o melhor presente, não é o que tem o pacote mais bonito, mas aquele que nos marca pela lembrança.


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Quem sou eu

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Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.