Tenho pensado muito nas injustiças da vida. Se é que são injustiças, pois quando estudamos algumas filosofias religiosas a diversidade humana e social é explicada como carma, resgate ou pagamento.
Mesmo assim, ainda me pergunto por que crianças nascem com deformidades ou sofrem de doenças, às vezes incuráveis. Por que alguns pais precisam enterrar seus filhos quando esse é o caminho inverso, na ordem natural do viver. Por que pessoas boas sofrem privações e enfrentam as mais cruéis dificuldades enquanto outros desperdiçam o pão sem nem ao menos olhar pros carentes que ficam olhando pela vidraça (quando conseguem chegar até ela!)
Sofro ao ver crianças nas ruas passando frio, sentindo fome, pedindo amor. Sofro ao me perguntar por que a igualdade social apregoada nunca irá além da utopia. Sofro por ver que apesar do bem ser maioria e dos homens unirem-se diante das catástrofes que assolam o mundo atual, ainda existem maus que transitam indiferentes sobre a dignidade humana.
Desconheço os meios para solucionar as desigualdades, mas com certeza não são campanhas pra doar roupas velhas e comida. Acredito que apenas uma revolução pacífica, baseada nos conceitos de amor ao próximo (ensinados a mais de 2 mil anos por Jesus Cristo) podem iniciar essa transformação.
Essa mudança passa pela alma, pelo entendimento de que o que realmente importa não cabe na carteira (a não ser que seja a foto de quem mais amamos!). Não quero pregar “moral de cuecas”, não me cabe esse papel de Madre Teresa de Calcutá, afinal, sou um tanto “mundana e carnal”, permeada por desejos e pecados pessoais. Mas o que sinto e como sinto com relação ao meu próximo, depende de como eu percebo as suas necessidades. No fim, talvez uma palavra, uma gentileza ou um minuto do meu tempo, valham bem mais do que qualquer outra coisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário