quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pelo bem dos filhos

Hora de escrever e, eu não sei exatamente sobre o quê! Então, acabei de decidir que vou escrever sobre meu filho. Por quê? Porque estava organizando as fotos para a pasta de vivência tradicionalista dele e recordando o quanto me deixava feliz pensar na continuidade do meu DNA.

Quando desejamos ter filhos, antes mesmo da sua gestação, já planejamos o futuro do nosso rebento. Sonhamos um destino luminoso, cheio de realizações e como projeto inicial, decidimos que não seremos como os nossos pais. Queremos ser atenciosos, compreensivos e juramos nunca, nunca mesmo, perder a paciência com aquele serzinho que ainda nem nasceu.

Mas aí, nasce o bebê e junto com o amor, vêm as dores de barriga, as noites mal dormidas e as pressões externas, e toda a paciência e boa vontade se esvaem junto com o nosso bom humor. A criança cresce e antes mesmo da adolescência já começa a nos testar. Deseja coisas impossíveis, acha que tem todos os direitos e nenhum dever. Insiste até cansar. E o nosso planejamento de nunca brigar com os filhos e a filosofia da educação baseada no diálogo vão de mãos dadas, por água abaixo. (Eu brigo até ser ouvida! E atendida!)

Parece que, simplesmente, os filhos não entendem que amor significa também, saber dizer não! Que com permissividade não se consegue ensinar nada! Aliás, parece que muita gente não tem se dado conta disso.

Vejo pais que permitem demais e no fim das contas, tem de buscar seus filhos na sarjeta do mundo dos vícios. Vejo pais que fecham os olhos e se enganam querendo acreditar numa recuperação que fica cada vez mais distante. Vejo bons pais (será que são mesmo bons?) que premiam maus filhos com presentes e viagens, quando na verdade deveriam endurecer suas atitudes pra mostrar o que é certo e errado, o bom e o ruim.

Muitas vezes me cobrei ser uma mãe má, dessas que corrige os filhos e que diz muito mais “nãos” do que “sins”. Mas hoje, montando a pasta para o concurso do meu filho, olhando suas fotos e sua trajetória, percebo que plantei uma boa semente e que, bem ou mal, ele vem aprendendo que vencer demanda esforço, que o fácil de hoje, não garante a felicidade de amanhã e que, é melhor uma mãe má, chata e irritante, do que uma mãe que deixa tudo e que tudo permite, porque simplesmente não se envolve e muitas vezes nem se importa!

Um dia (talvez quando for pai) meu filho entenda algumas das minhas atitudes e pense em seu intimo (mas bem, bem no íntimo, porque eu mesma, apesar de saber ainda não expressei isso pra minha mãe!) que eu estava certa e que graças a minha chatice ele tornou-se um grande homem.

Depois de tê-lo parido e criado, observando as almas que se perdem mundo afora, mudaram os sonhos que um dia sonhei (são bem mais singelos!), e hoje, meu grande desejo é que, quando adulto, baseado nos valores que aprendeu comigo, ele se torne (antes de qualquer outra coisa) um homem de bem!

Um comentário:

  1. Nossa.

    Ainda sou o filho ao me colocar dentro do que tu escrevestes, e mesmo assim, vejo e entendo o que queres dizer, ou ao menos acredito entender.

    Confesso que me emocionei ao ler e ver a imagem dos meus pais me ensinando a ser quem sou hoje.

    Me orgulho muito de tê-los comigo, mesmo um pouco distantes, e espero que teu filho sinta o mesmo por ti um dia.

    Parabéns.

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Quem sou eu

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Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.