quinta-feira, 21 de julho de 2011

Achado não é roubado!... Será??

Tem coisa pior que perder o celular? Ainda mais se ele for novinho, com menos de uma semana de uso e dentro dele estiverem todos os seus contatos? Eu não consigo pensar em nada mais complicado.

Atualmente todo mundo tem sua vida diretamente linkada ao celular. São contatos pessoais, números de trabalho, documentos, fotos, músicas, acesso a internet, tudo naquele maravilhoso aparelhinho que cabe no bolso e facilita uma barbaridade nosso cotidiano.

Bom, o detalhe é exatamente esse! O celular cabe no bolso (e cai dele também!). Esse foi o meu grande dilema na última semana. Depois de comprar o dito “smartphone” e colocar nele tudo que era necessário, eu o guardei no bolso e enquanto andava numa lotação em Caxias do Sul, a caminho da rodoviária, o celular escorregou e caiu. Distraidamente (pensando em tantas coisas que nem cabe nesse texto) desci da lotação sem me dar conta da perda e, quando percebi, já era tarde.

Imaginem o meu desespero, além de valor econômico do aparelho, dentro dele estavam todas as informações que eu precisava. Passado o pânico inicial de perceber a falta do celular e a vontade de arrancar os cabelos pela bobagem que fiz, foi a vez do desespero por não ter meios de comunicar as pessoas sobre a perda e o medo de usarem meu celular de forma inescrupulosa (mais inescrupulosa que se adonar dele!). 

A essa altura, não sabia se chorava ou pedia ajuda. Decidi pedir ajuda Apavorada e sem muita certeza do que fazer, pedi auxilio a um taxista que de forma muito cordial, começou a ligar para o meu número. Ainda mais prestativo enquanto eu mesma discava do celular dele para o meu, fomos de táxi (eu pagando a corrida, é claro!) até um dos pontos por onde a lotação devia passar para ver se encontrávamos o aparelho, mas nada.



Depois do susto, mais uma vez, me dei conta do quanto o jeitinho brasileiro impera, afinal, quem encontrou meu celular tinha todas as condições para devolvê-lo (se realmente fosse honesto), já que na memória do aparelho estavam todos os meus contatos. Se houvesse um pouco de pudor o ser humano se envergonharia de se apossar daquilo que não lhe pertence.

Em alguns casos a máxima de que o “achado não é roubado” não se aplica, especialmente quando existem meios de restituir ao dono, o objeto encontrado. E pasmem, escrevendo este texto, descobri que isso é lei!

O Código Civil expressa o seguinte:

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente
.
Percebo que o que falta é vergonha na cara, afinal, as pessoas tem se envergonhado das coisas erradas. Tem se envergonhado da honestidade, da honradez e solidariedade. E consideram-se muito espertas quando “encontram” um bem alheio ou quando recebem o troco errado e simplesmente não devolvem, porque pensam: - Ah, azar o de quem se perdeu nas contas! Mas quando é o contrário gritam e esperneiam por seus “direitos”.

Mal sabem quantas dificuldades e problemas podem estar sendo enfrentados por aquela pessoa e, o quanto uma gentileza acompanhada de atitudes de honestidade poderiam facilitar as coisas. Só eu sei o quanto tenho corrido para tentar recuperar meu número (ainda nem cheguei à fase dos contatos) e tudo poderia ter sido evitado se quem encontrou meu celular apenas tivesse atendido o celular quando o encontrou e não tivesse se achado no direito de se apossar dele.

Meu objetivo com esse post não é tocar a consciência de quem encontrou meu telefone, até porque talvez ela nunca leia esse texto, mas alertar para a falta de caráter que anda se alastrando mundo afora. Sim, pode não ser roubo ficar com o que não nos pertence, mas não deixa de ser falta de caráter!

Depois disso, fiquei pensando em como seria bom contar com mais gente solidária como aquele senhor taxista, ao qual eu nem ao menos perguntei o nome, mas que me auxiliou e socorreu numa hora tão difícil. Só o que pude desejar-lhe foi um agradecimento sincero e um “Deus lhe pague” de todo o coração! E tenho certeza que a sua boa ação será retribuída, afinal colhemos exatamente aquilo que plantamos!



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Quem sou eu

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Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.