Comumente, não gosto dos dias de chuva. Enjoados, tristes, sem aquele solzinho que aquece os dias do inverno. Em geral, ninguém gosta! São dias cinzas, tristes.
Em dias assim, costumo levantar mal humorada, azeda mesmo! Saio da cama pensando no incomodo de andar pelas ruas, com a certeza de eu voltarei com os pés molhados por pisar numa daquelas tradicionais pedras soltas que habitam as calçadas.
Sem contar as pancadas que, as vezes, pegam os viventes desavisados em plena rua. Realmente, dias de chuva, são dias difíceis. Entretanto hoje, creio que acordei com outros olhos, nem feliz nem mal humorada pela chuva que caia fina sobre o interior do Rio Grande do Sul, apenas de mente e coração abertos.
Agasalhei-me bem, afinal, a falta de sol, me dá a impressão de que está bem mais frio do que a temperatura marcada no termômetro, calcei um par de botas, para que a “molhaceira” fosse mínima e saí de guarda-chuva em punho.
Enquanto andava pelas ruas a caminho do trabalho, percebi algo que até então não tinha notado. O balé dos dias de chuva. Sim, o balé! A música que embala esse belo espetáculo é som das gotas de chuva batendo nas folhas das árvores, nas poças de água e no chão, horas mais intensa, horas suave e doce. E os bailarinos, pessoas comuns como eu, andam pelas ruas com suas sombrinhas e guarda-chuvas coloridos numa coreografia cheia de graça, pulando aqui e acolá para evitar um deslize ou os pés molhados.
E observando essa inusitada apresentação de beleza impar, onde sombrinhas cheias de formas e desenhos coloridos bailam pelas ruas ao doce canto da chuva, me dei conta de que os dias tristes, existem para que saibamos, no momento certo, valorizar os dias alegres, e que mesmo a tristeza pode ser uma questão de ponto de vista. As vezes, para mudar nossa percepção, só é preciso abrir o coração!
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