Neste fim de semana, acompanhei o meu amor Rogério Bastos em mais uma de suas peregrinações pelo estado. Depois que ele palestrou no CFOR (Curso de Formação Tradicionalista) que aconteceu em Venâncio Aires, fomos a Santa Maria onde acontecia o CFOR regional.
Durante o retorno, entre a cantoria das crianças, nossas conversas e o mate, ouvimos uma música intitulada “As razões do Boca Braba” do João de Almeida Neto. Nela tem uma frase que gosto muito e com a qual me identifico ainda mais, que diz: “De gênio eu sou uma cachaça, mas de alma um guaraná”.
Realmente, analisando a frase, percebi que sou bem assim, mesmo! Sou difícil de lidar, não me esforço pra agradar pessoas com as quais não simpatizo. Se gosto, gosto muito e defendo, mas se detesto, bom, é melhor partir pra outra. Nem adianta me adular!
Não tolero mentira, não aceito injustiças e odeio que subestimem minha inteligência. Viro bicho quando percebo que existem más intenções por trás de uma ação. Não sei ser “puxa-saco”, não sei agradar se não to afim. Fica estampado na minha cara quando estou incomodada ou quando não gosto de algo. Chego a tramar mentalmente, afogamentos na privada (sempre com apoio da Isa, claro!). Infelizmente eu não sei disfarçar!
Meu grande defeito chama-se honestidade. Sou honesta em demasia e isso ofende quem não o é. Em geral, sou mal interpretada por quem não me conhece e me considera metida ou arrogante. Uma vez ouvi que se alguém fala mal de mim, ou está mal intencionado ou mal informado, o que em qualquer situação é ruim.
Em compensação tenho uma alma generosa. Não sei dizer não (bem ruim isso, pelo menos pra mim) e faço tudo pra auxiliar um amigo que precisa de socorro. Sou amiga demais, o que me causa algumas frustrações quando percebo que não sou correspondida. Decepciono-me com a falta de caráter de alguns, mas já me convenci que caráter é algo que ou se tem pra tudo, ou não se tem pra nada.
Amo de verdade. Não se dizer que amo se não sinto de forma profunda tal amor. Admiro qualidades e aceito os defeitos, mesmo sem entendê-los, por vezes. Torço pela felicidade das pessoas e desejo de coração, sempre o melhor ao meu próximo. Inveja é uma palavra que aboli do meu vocabulário há anos. Ciúme ainda não. Continuo a senti-lo por aqueles que amo, entretanto atualmente, em doses controladas.
Estou convencida que de gênio sou mesmo uma cachaça, e das mais bravas, mas com alma de guaraná. Quem sabe, o ponto da receita seja a mistura dos sabores?
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