quinta-feira, 14 de julho de 2011

Controvérsias

Entre os milhares de pensamentos que povoam minha cabeça, sem querer me peguei pensando sobre os filhos. Sobre o quanto é difícil ser filho hoje em dia, mas especialmente, o quanto tem se tornado difícil assumir o papel de pai ou mãe na atualidade.

Digam-me os especialistas, como educar os filhos?

Eu vivencio os dois papéis. O papel de filha, que comete seus erros, mas que nem sempre quer os pais por perto com aquele olhar acusador de “viu, eu te avisei”, apesar de, na hora que a coisa aperta procurar o acolhedor “colo da mãe” ou o “sábio conselho” do pai. Historicamente os conflitos fazem parte dos relacionamentos entre pais e filhos, entretanto, eu faço parte de uma geração que guarda residuais de uma educação rígida, onde pais mandavam e filhos obedeciam e, se assim não fosse, umas boas palmadas resolviam o problema.

Tomei as minhas na infância e no inicio da adolescência e estou aqui, fortinha e bem formada. Constantemente agradeço a postura dos meus pais que, ensinaram-me o certo e o errado, porque se não tivesse aprendido em casa, a rua, com certeza, teria me ensinado com muito mais severidade do que a usada por eles.

Hoje, porém, o papel de pai e educador, tem se tornado mais difícil e complexo. Vivemos dias em que os pais não podem sequer levantar a mão para uma palmada corretiva, sob pena de ser ameaçado pelo próprio filho e pelo conselho tutelar. Se a criança vai mal nos estudos, é porque tem déficit de aprendizado e não porque deixou de estudar para jogar “play 3” ou outra engenhoca qualquer. Castigo no meu tempo era ficar trancada em um quarto escuro “pensando no que fiz”, e sem chance de brincar com amigos na rua por pelo menos uma semana. Agora, castigo é ficar no quarto assistindo TV ou utilizando o celular que tem recursos de computador, inclusive com acesso a internet, outra coisa que não existia no meu tempo.

Questiono-me como sobrevivi à escola, afinal, naquela época não havia o Google com suas pesquisas maravilhosas, em que basta escrever uma palavra e centenas de referências aparecem. Eu tinha de ler, buscar pilhas de livros na biblioteca, fazer pesquisas e, mesmo assim, aprendi história, geografia, português, ciências, biologia, inglês, matemática e literatura. Por mais incrível que isso pareça, eu aprendi e ainda lembro-me de importantes lições que a escola me deixou.

No meu tempo não havia buylling, nem kit gay e nenhuma dessas bobagens que inventam pra influenciar as crianças. No meu tempo, éramos apenas crianças e convivíamos em harmonia. Agora as crianças já nascem adultas, falando com propriedade de assuntos que muitos adultos ainda não entendem bem. É a evolução, a tecnologia, mas, e a educação? Aquela que regra que devemos respeitar os mais velhos, obedecer aos pais e dizer palavras mágicas como “por favor”, “com licença” e “obrigado”?

Realmente, o mundo evoluiu muito nos últimos 50 anos e muitos processos foram facilitados, apenas tornar-se um bom pai ficou mais difícil. Meu filho que me desculpe, mas a fórmula dos meus pais deu muito certo comigo e, pro bem dele, vou aplicá-la em sua educação!


Meu pai me ensinou maravilhosas lições, mas as mais importantes eu aprendi quando ele me disse "Não". Só hoje eu entendo o quanto foi difícil pra ele...

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Indefinível mulher, com tantas fases quanto a lua. Um tanto louca, um pouco santa, apaixonada e determinada em conquistar o que mereço. Amante da escrita, valorizo os detalhes, todos, mesmo os mais insignificantes. Chorona, me emociono até com comerciais. Acredito que a verdadeira beleza está na simplicidade. E sou assim, despida de vaidades efêmeras, sem nunca abandonar um bom perfume e a maquiagem. No mais, descubra-me, pois ainda estou no caminho da minha identidade.